Corrompida.
Nada neste mundo permanece puro por muito tempo.
Ou você se corrompe por conta própria, devido a ambição e ao egoísmo; ou sua ingenuidade é arrancada, dilacerada com atos pífios cometidos contra a sua vontade.
A segunda opção é infinitamente pior que a primeira, pois não há liberdade de escolha.
Você não enxerga mais beleza no mundo. Não sorri com a mesma facilidade de antes. Observa, sempre alerta. Desconfia de tudo e de todos. Nunca baixa sua guarda.
E, pra piorar, eventualmente sente um misto de nojo e pena de si mesma.
As pessoas dizem para não deixar o seu passado definir quem você é. Falar é fácil.
O que somos hoje é resultado direto da forma como crescemos; das nossas experiências (boas e ruins); dos laços que criamos — e daqueles que desfazemos também.
Acontece que ao longo desse processo, contínuo e doloroso, muito de sua essência é perdida.
E, pelo resto dos seus dias, você vai se perguntar:
“Esta sou eu mesmo ou só o reflexo do que fizeram comigo?”