Corrompida.

Clara Dantas
1 min readJun 21, 2019

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Nada neste mundo permanece puro por muito tempo.

Ou você se corrompe por conta própria, devido a ambição e ao egoísmo; ou sua ingenuidade é arrancada, dilacerada com atos pífios cometidos contra a sua vontade.

A segunda opção é infinitamente pior que a primeira, pois não há liberdade de escolha.

Você não enxerga mais beleza no mundo. Não sorri com a mesma facilidade de antes. Observa, sempre alerta. Desconfia de tudo e de todos. Nunca baixa sua guarda.

E, pra piorar, eventualmente sente um misto de nojo e pena de si mesma.

As pessoas dizem para não deixar o seu passado definir quem você é. Falar é fácil.

O que somos hoje é resultado direto da forma como crescemos; das nossas experiências (boas e ruins); dos laços que criamos — e daqueles que desfazemos também.

Acontece que ao longo desse processo, contínuo e doloroso, muito de sua essência é perdida.

E, pelo resto dos seus dias, você vai se perguntar:
“Esta sou eu mesmo ou só o reflexo do que fizeram comigo?”

Minha versão mais inocente.

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